quarta-feira, 1 de junho de 2016


Vivendo sem crachá

Há cerca de dois anos eu deixei um cargo público para me dedicar ao atelier Coisas da Aldi. Foi uma mudança e tanto, pois isso incluía também mudar de estado. Hoje moro no Mato Grosso do Sul, em Coxim.
Não temos consciência do quanto um emprego, com horários rígidos de entrada e saída tem centralidade em nossas vidas. Durante todo o primeiro mês subsequente sonhei todos os dias que eu estava naquele local trabalhando. E confesso que ainda hoje sonho vez ou outra.
Naquele momento eu acalentava um sonho de ter um atelier, pois já me dedicava a ele em algumas horas do dia. Havia chegado o momento de me dedicar 100% a este projeto. Hoje é este o meu trabalho. Constatei que empreender realmente não é bolinho não. É difícil pra caramba! Tem dias que você quer jogar tudo pro alto e ir atrás de um emprego fixo, com salário na conta no final do mês, férias e décimo terceiro salário. É muito desafiante. A jornada de trabalho é muito superior àquela que você tinha. E o negócio não é apenas produzir coisinhas bonitinhas. Isso é apenas 50%. Tem que administrar os pedidos, administrar finanças, ir aos correios, fazer orçamentos, divulgar os produtos, criar coisas novas, desenvolver rede de relacionamento com o seu público-alvo etc, etc, etc. Se eu puder dar um conselho a quem quer ter um negócio criativo para chamar de seu, tem que saber que não é só prazer. Você tem que fazer o "trabalho sujo" (rsrsrs) também. Ocorre que sem essa parte que nós criativos não gostamos muito, é impossível chegar ao sucesso, seja o que for sucesso pra você. Para mim é o reconhecimento do meu trabalho quando entrego uma peça e percebo que consegui atingir a satisfação, tanto minha quanto do cliente (não gosto muito desse termo cliente, mas ainda estou procurando outro termo).
Percebo que nesses quase dois anos o quanto eu aprendi. Desenvolvi novas técnicas, experimentei rotinas de trabalho, conheci bastante gente nova, ainda que algumas delas, virtualmente. Hoje tenho todo o tempo para colocar para fora todo o meu potencial criativo. O meu negócio, da forma que ele está estruturado hoje, eu tenho uma flexiblidade de horário incrível, coisa que eu não tinha antes. Embora eu tente determinar uma rotina, posso escolher qual hora do dia é mais produtivo pra mim. Se eu trabalhei até tarde da noite em um dia, no outro eu posso descansar um pouco mais. Posso me organizar para intensificar a confecção das peças para fazer uma viagem daqui a um mês por exemplo.
Essa rotina de trabalho traz algumas peculiaridades. Algumas pessoas podem achar estranho irmos ao cinema no meio da tarde, mas muitas vezes estamos às 10 da noite trabalhando em uma encomenda para entregar no dia seguinte. Ou simplesmente porque aquele é o horário do dia mais produtivo e inspirador para mim.
Como trabalho em casa, posso usar uma roupa mais confortável. Digo sempre que uma das maiores conquistas que tive foi não ter a obrigatoriedade de usar sutiã todos os dias. Ô negócio que eu detesto. (Deixe aqui a sua risada_________).
Bom, este foi um breve relato de como é deixar um crachá. E você? Como foi e está sendo a sua experiência? Conta pra mim nos comentários. Eu vou gostar de saber.
P.S. Depois de muito tempo sem escrever aqui, decidi retomar e pretendo escrever regularmente. Fiquem de olho que vou compartilhar dicas de como é ter um negócio e trabalhar em casa.
Um beijo e até mais.

2 comentários:

  1. Estou devorando seu blog no bom sentido, rs encontrei aqui muitas duvidas que te perguntei por mensagem!!!! <3

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  2. Estou devorando seu blog no bom sentido, rs encontrei aqui muitas duvidas que te perguntei por mensagem!!!! <3

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